O alquimista Bernardo Trevisano nasceu em Pádua, no ano de 1406 e se tornou um admirado alquimista italiano ao dedicar sua vida em busca da pedra filosofal. Trevisano iniciou seus estudos alquímicos aos 14 anos de idade e passou a maior parte da sua jornada entre tentativas e erros. É responsável por dois conhecidos tratados alquímicos, o Tratado da Filosofia Natural dos Metais e A Palavra Abandona.
Influenciado por seu pai, passou a estudar atentamente as obras dos alquimistas Geber e Rhasès. Por 6 anos seguiu minuciosamente seus métodos, mas em vão, não obteve sucesso. Os próximos anos da sua vida seriam dedicados a experimentações utilizando diferentes “matérias primas” para alcançar a grande obra. Entre elas álcool retificado, sal marinho, prata e mercúrio na água fria e, um dos métodos mais curiosos, era realizado a partir de ovos de galinha. Deixava-os apodrecer em dois montes diferentes e depois destilava-se o produto por muitas e muitas vezes, visando extrair uma água branca de um lado e uma água vermelha do outro, até que enfim, alcançasse a matéria prima da grande obra.
Após passar outros tantos anos de inúmeras tentativas sem sucesso, Bernardo Trevisano se encontrava com cerca de 50 anos e grande parte da sua fortuna perdida quando decidiu viajar pelo mundo em busca de um verdadeiro Alquimista que pudesse iniciá-lo. Viajou pelos países do Oriente e por grande parte da Europa, demorou-se um pouco mais na Grécia, onde conheceu um célebre religioso que se dizia possuidor da pedra filosofal, e o fez trabalhar sob sua mentoria durante 3 anos, em um método que envolvia ouro e prata misturados em mercúrio. Mais uma vez sem sucesso, volta para casa totalmente arruinado, sem amigos, dinheiro e desacreditado pela família.
Com 82 anos, decidiu voltar a estudar os tratados de Geber e Rhasès, achando que podia ter deixado passar algo. Por fim, volta para a Grécia, onde, segundo a tradição alquímica, finalmente obtém a pedra filosofal.
Em seus tratados, Bernardo Trevisano escreveu sobre os segredos da pedra por meio de alegorias, mostrando seu exímio conhecimento sobre a grande obra. O alquimista morreu 2 anos após ter realizado o seu propósito de vida, em 1490, na Grécia, tornando-se um grande exemplo de obstinação, perseverança e paixão pela arte alquímica.