“Aqui começa O Caminho do Caminho, tratado curto, breve, sucinto e útil a quem puder compreendê-lo. Os investigadores hábeis nele encontrarão uma parte da pedra vegetal que os outros filósofos ocultaram com cuidado”
Arnaldo de Villeneuve
Arnaldo de Villeneuve foi um irreverente alquimista, médico e astrólogo que foi perseguido pela “Santa Inquisição” e deixou inúmeros tratados, dos quais apenas alguns sobreviveram após a sua morte.
Não se sabe ao certo o ano e a região do seu nascimento. Mas estima-se que nasceu entre 1235 e 1245, em Provença, região da França ou na Catalunha, região da Espanha.
Estudou medicina em Montpellier e em seguida passou a praticá-la por toda a Europa. Tornou-se famoso e muito requisitado, ao ponto de atrair a atenção das autoridades religiosas locais pelo seu comportamento anticristão da época.
Sua má reputação chegou ao seu apogeu quando Villeneuve declarou publicamente que a caridade era superior a oração e que as bulas do papa não passavam de obras humanas.
Perseguido pela Santa Inquisição, foge às pressas de Paris e morre repentinamente durante a viagem, em 1311, próximo de Gênova.
Apesar de sua morte, Arnaldo de Villeneuve foi processado e condenado pelo Tribunal da Santa Inquisição. A maior parte de suas obras foram confiscadas e destruídas em auto-de-fé.
Ainda assim, sabe-se que o Alquimista fez ao menos uma transmutação em público, mencionada na obra Symbola Aurea Mensae de Michel Maier:
“Em nossa vida recebemos Mestre Arnaldo de Villeneuve na Cúria Romana, médico e teólogo supremo, do qual já me ocupei relativamente às observâncias do jejum. Era igualmente um grande alquimista, que havia feito barras de ouro, as quais não pôs dificuldade a que fossem submetidas a todas as provas”.
Deixou também a obra O Grande Rosário, em que demonstra ter tido em sua posse a pedra filosofal. E um manuscrito, em que disserta sobre o rejuvenescimento:
“Aquele que deseja prolongar sua vida deve-se friccionar duas ou três vezes por semana com o tutano da caça. Cada noite, antes de se deitar, deve colocar sobre sua cabeça um emplasto composto de açafrão oriental, folhas de rosas vermelhas, essência de sândalo, áloes e âmbar, tudo liquefeito no óleo da rosa ao qual se acrescentou um pouco de cera. De manhã, é preciso tirar o emplasto e fechá-lo num recipiente de chumbo até a noite seguinte, quando será novamente aplicado”.
Arnaldo de Villeneuve teve uma vida memorável e é uma pena que tenhamos tão pouca informação sobre a sua jornada alquímica.
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